A primeira etapa de vacinação contra a febre aftosa teve mudanças
neste ano em Mato Grosso do Sul. A decisão veio após a descoberta de
gado sem procedência no município de Bela Vista. Como o Paraguai teve um
foco no mês de janeiro deste ano, a Agência Estadual de Defesa
Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) decidiu que o pecuarista deve vacinar
todo o rebanho de mamando a caducando e não mais até dois anos. Outra
decisão tomada pela Iagro, conforme sua diretora-presidente Cristina
Carrijo, é a união de autoridades brasileiras com outros países, em
especial o Paraguai, para desenvolvimento de políticas de sanidade.
“Já temos uma viagem programada para o início de maio a Assunção,
onde vamos reunir todos os países sul-americanos para traçar
estratégias”, revela. A diretora-presidente destaca que toda a fronteira
com o Paraguai e não apenas em Bela Vista e Corumbá, onde foram
encontrados animais sem procedencia confiormada, está em franco
monitoramento.
“Temos que manter o bom índice vacinal. A decisão de vacinar 100% não
foi isoladamente pelo ocorrido em Bela Vista; o fato a contribuir com a
decisão porque a sanidade é preventiva e se existe a suspeita de gado
contrabandeado, temos que averiguar”, explica Cristina Carrijo.
Sobre a real possibilidade de entrada de gado em pé do Paraguai para o
Brasil via Mato Grosso do Sul, até pela facilidade de fronteira seca,
Cristina Carrijo disse que é possível, inclusive porque depois do foco
de febre aftosa em janeiro o preço no país vizinho caiu drasticamente.
Uma alternativa para o pecuarista de lá seria vender clandestinamente.
OPERAÇÃO
O chefe do serviço de saúde animal da Superintendência Federal de
Agricultura no Estado (SFA/MS), órgão ligado ao Ministério da
Agricultura, Élvio Patatt Cazola, revela que a descoberta de animais
suspeitos em território estadual aconteceu em janeiro deste ano e por
conta disto 260 cabeças foram abatidos para extinguir qualquer
possibilidade de vírus.
Entre janeiro e março deste ano 49 propriedades foram interditadas
pela Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro). As
irregularidades nas propriedades começaram durante a Operação Ágata II ,
quando o Exército comandou megaoperação na região de fronteira para
coibir vários tipos de crime, entre eles contrabando de animais e
tráfico de drogas. Na sequência iniciou a Operação Boiadeiro, com postos
volantes de fiscalização exatamente para controlar com mais rigor o
trânsito de animais e acabar com possibilidade de entrada de focos de
aftosa no território nacional, por meio de MS.
Por conta das suspeitas de irregularidades e outras confirmadas, as
propriedades sob investigação estão sendo monitoradas de perto por
agentes ligados à defesa sanitária. Entre as medidas estão a observação e
controle de animais, rotas definidas de trânsito e com obrigatoriedade
de passagem por posto de fiscalização. Durante a megaoperação para
descoberta de propriedades suspeitas de contrabando e com possibilidade
de vírus circulante da febre aftosa foi empregado efetivo do Exército,
Polícia Federal, Agência Brasileira de Investigação (Abin), Iagro, MAPA e
polícias estaduais.
(*) Com informações do Noticias MS
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