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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Chuva e crise cancelam Carnaval em 12 cidades e lista deve crescer

Organização de evento custa entre R$ 400 mil e R$ 1 milhão, dependendo da estrutura

O Carnaval em Mato Grosso do Sul vai passar em branco para ao menos 12 cidades, que já confirmaram que desistiram de organizar o evento e colocar a folia na avenida.

Rio Brilhante cancelou Carnaval depois de recomendação 
(Foto: Arquivo/Rio Brilhante News)

O principal motivo alegado por prefeitos e secretários de Cultura é a economia com os recursos públicos. A organização de uma festa como essa fica entre R$ 400 mil a R$ 1 milhão, segundo apurado pela reportagem. Essa quantia é determinada pelo tipo de músicos que são contratados, estrutura de som e previsão de público.
Além da determinação dos governos, o Ministério Público Estadual decidiu também opinar nessa questão e promotores fizeram recomendações explícitas que o recurso público deveria ser destinado à saúde e outros setores considerados mais fundamentais, como infraestrutura.
Quem fez uma das primeiras recomendações nessa linha foi a promotora em Rio Brilhante, Rosalina Cruz Cavagnolli. O prefeito daquela cidade, Sidney Foroni (PMDB), acatou o pedido e cancelou a festa.
Outra recomendação partiu de Daniel do Nascimento Britto, de Ivinhema. Éder Uilson França Lima (PMDB), prefeito do município, também seguiu a recomendação e na sexta-feira (15) anunciou o cancelamento.
"Estamos vivendo uma crise financeira, o ano passado foi muito difícil e as previsões não são das melhores para 2016, não podemos gastar. O percentual previsto para saúde, que são de 15%, nós gastamos 23%, tivemos que aumentar 8% do repasse para dar conta de toda demanda. Então temos que trabalhar dentro de uma economia muito grande", lamentou o chefe do Executivo, conhecido também como Tuta.
A lista das cidades que fizeram divulgação do cancelamento do Carnaval tanto em páginas oficiais de rede social ou informaram ao governo do Estado são: Naviraí, Rio Brilhante, Bela Vista, Ponta Porã, Anastácio, Ivinhema, Bonito, Anaurilândia, Dourados, Rochedo, Rio Verde de MT e Rio Negro.
"É muito dinheiro investido para uma festa e agora é hora de analisar a situação", afirmou o secretário de cultura de Dourados, Carlos Fábio. Na cidade, a última vez que a festa foi realizada foi em 2013.
CHUVAS ATRAPALHARAM
O temporal que arrasou dezenas de cidades em Mato Grosso do Sul atrapalhou os municípios a organizar carnaval de rua ou mesmo desfile de escolas de samba.
No Estado, já são 28 cidades em situação de emergência por conta dos estragos. "Mesmo que o nível do rio baixe, não há mais tempo pra licitarmos banda, estrutura e tudo que é necessário para animar as noites dos foliões", justificou o prefeito de Anastácio, Douglas Melo Figueiredo (PDT), que enfrenta cheia no rio Aquidauana.
Segundo ele, a economia a ser gerada será de R$ 200 mil e esse recurso será revertido para obras de drenagem na Vila Maior, Jardim Campanário e rua Bahia. "Não é suficiente, nem de perto, mas ajuda nessa economia", ponderou.
TRADIÇÃO ABALADA
A secretária-adjunta de Estado de Cultura, Andreia Freire, explica que o governo tenta fechar parcerias com prefeituras que procuraram a pasta, na tentativa de viabilizar a celebração em fevereiro.
"Estamos falando com algumas cidades (para tentar fechar apoio). O Carnaval é uma festa popular muito esperada, que também movimenta a economia, mas neste ano temos uma situação atípica. O que é preciso é ter consenso na cidade e buscar soluções", explicou. 
Segundo ela, ainda há muita indefinição em muitas cidades e prefeitos e secretários estão analisando as contas e as prioridades. "Acredito que na próxima semana teremos uma cenário definido", previu.
Entre os municípios que estão se definindo sobre a festa do rei Momo estão Fátima do Sul, que recebeu recomendação do Ministério Público Estadual para cancelamento, Antônio João e Ribas do Rio Pardo.
O governo do Estado anunciou na segunda-feira passada (11) recursos de R$ 721,5 mil para os carnavais de Campo Grande, Corumbá, Ladário, Aquidauana, Anastácio e Fátima do Sul.  Mesmo com esse apoio, Anastácio decidiu devolver o valor por não ter a contrapartida e Fátima do Sul ainda avalia.
Na Capital, o governo municipal manterá o desfile das escolas de samba, mas não fará o show na avenida Fernando Correia da Costa.

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